Edições Nº 1 da Editora Panini - 2015

POST POR: Arquivos Turma da Mônica


Nas bancas as edições "Nº 1" de maio de 2015 da Editora Panini. Sim, depois das edições "Nº 100", eles resolveram reiniciar a numeração na mesma editora. Nessa postagem comento como foram essas novas edições da Panini.

Normalmente, a MSP reiniciava a numeração a cada troca de editora para informar uma nova coleção pela outra editora. Aconteceu isso em 1987 quando mudaram da Ed. Abril para Globo e em 2007 quando mudaram da Globo para Panini. Mas reiniciar numeração na mesma editora foi a primeira vez. Fizeram isso, em acordo com a Panini, explicando, segundo eles, que é para as novas gerações sempre ter uma edição "Nº 1" e não ficar traumatizada porque nunca teve uma "Nº 1" na coleção. Tipo, quem nasceu em 2007 e está curtindo os gibis hoje, não teria o gosto de ter uma "Nº 1" na coleção e, reiniciando tudo, agora é possível. Com isso, a partir de agora todo título que chegar ao "Nº 100" vai voltar ao "Nº 1" por causa dessa finalidade. Lógico que também estratégia da editora para incentivar as compras, já que se essas fossem as "Nº 101" ninguém daria bola e voltando ao "Nº 1" tem venda maior e repercussão. 

Junto com os 6 títulos principais, o gibi 'Neymar Jr.' também teve sua numeração reiniciada, após a "Nº 24", para seguir o estilo das outras revistas mensais, e também os títulos em inglês e em espanhol (agora renomeadas para 'Monica and Friends' e 'Monica Y Sus Amigos', respectivamente) também estão no "Nº 1", para ficar com a mesma numeração do título "Turma da Mônica" que tem o mesmo conteúdo das revistas em inglês e espanhol.

As capas das edições "Nº 1" da Panini (2ª série)
Para diferenciar da outra coleção iniciada em 2007, fizeram algumas pequenas mudanças no layout dos gibis. Nas capas, o logotipo ficou maior, ocupando toda a largura dos gibis, como era nas antigas e os personagens agora ficam meio que escondidos atrás do logotipo em vez do lado. Essas imagens foram tiradas de revistas recentes da 1ª série da Panini e podem mudar de vez em quando em edições e datas especiais. 

Ainda nas capas, colocaram número, preço, logotipo da Editora Panini e Mauricio de Sousa Editora,  código de barras, endereço do site, título das histórias, tudo em baixo para dar mais espaço para apresentar a arte na capa. E a assinatura do Mauricio agora sempre vai aparecer no canto superior direito, em cima do logotipo. Mas as capas continuarão a ser com referência às histórias de abertura, com muitas cores, brilhos, sombras, movimentos e tudo mais. É que infelizmente o Mauricio e os roteiristas não gostam e não querem capas com piadinhas, querendo dar prioridade ao conteúdo. Por isso não veremos mais capas com piadinhas muito criativas como eram nos gibis das editoras Abril e Globo. 

Nem essas consideradas "Nº 1" tiveram capas com desenhos bonitos como foram as outras das Editoras Abril e Globo. Acho que pelo menos as "Nº 1" não devia fazer referência às histórias de abertura porque assim fica parecendo uma edição qualquer. Do jeito que ficaram em nada lembra que são gibis de primeira edição. Outros detalhes são que o tipo de papel das capas estão mais brilhosas em relação à coleção anterior, com um pouco de verniz e a lombada nos gibis da Mônica vão ter o seu logotipo oficial com sua numeração. 

No miolo, a diferença foi que mudaram o layout das páginas de seções de correspondências e passatempos. Agora, a seção "Correio" tem espaço para mais mensagens e fotos das crianças, com média de 18 mensagens para gibis da 'Mônica' e 'Turma da Mônica' (2 páginas reservadas para a seção) e de 8 nos demais gibis (1 página reservada). O que já estava ruim, conseguiram piorar, parecendo de fato um mural de fotos ou álbum de figurinhas. Saudades do tempo que nas cartas tinha interação com os leitores, as crianças davam sugestões de histórias e melhorias para os gibis, o pessoal do estúdio respondia as cartinhas, tinha o "Troca-Troca", etc. E seria visualmente melhor que os personagens na frente do computador no topo da seção fossem coloridos e não todo branco como ficaram.

"Correio da Mônica": seção de correspondências com novo layout 
Já nos passatempos o fundo agora é colorido e aparece um personagem no lado esquerdo do título "Passatempo". Nesse mês colocaram Marina no gibi da Mônica; Piteco, nos do Cebolinha e do Chico Bento; e Dudu, nos do Cascão e da Magali. Depois de mais de 30 anos com o mesmo layout, agora mudaram. Nem nas mudanças entre Ed. Abril para Globo e da Globo para Panini eles não tinham mudado o layout.

Passatempo com novo layout, tirado do gibi da 'Magali Nº 1'
Outra mudança são nas tirinhas no final do expediente que não vão mais colocar o logotipo do personagem em cima. O logotipo vai aparecer em cima dos créditos no expediente. Não gostei disso. Era muito melhor um logotipo no alto. Assim como ficou fica parecendo uma história sem título. Até em tiras de jornais aparece o nome do personagem. Se não quisessem colocar o logotipo, podiam, então, colocar o nome do personagem com outra fonte, como eram nas tirinhas dos gibis da Editora Abril e nas da Magali na Editora Globo. Aliás, ficaria até melhor do que o logotipo oficial.

E outra mudança, a mais importante e a única que realmente valeu a pena, é que a a partir de agora vão ter créditos com nomes de roteiristas, desenhista e arte-finalista nas histórias, como deve ser. Já tava na hora isso de valorizar os artistas da MSP. Algumas histórias dessas edições tiveram. O Mauricio nunca quis colocar os créditos porque falava que não tinha espaço para colocar uma ficha completa com todos os envolvidos em cada história. Mas a gente não queria uma ficha completa, apenas mesmo quem escreveu e desenhou para ter uma noção do estilo de cada artista. Enfim, Mauricio finalmente cedeu e tomara que todas as histórias tenham créditos logo. É que por enquanto vai ser de forma gradual, até que todas as histórias tenham créditos. Acho que até em 2016 todas terão.

Trecho da HQ "O apanhador de sonhos": com créditos na 1ª página
Em todas as edições dessa "Nº 1" tem um editorial escrito pelo editor-chefe da Panini, Érico Rodrigo Rosa, explicando isso de reiniciar numeração para que as novas gerações tenham sempre a "Nº 1" na coleção. Esses editoriais eram escritos pelo Mauricio nas trocas das editoras em 1987 e 2007 e agora, não. E colocaram na página 2 no lugar de uma propaganda ao invés da página 3. Nessa página de editorial ainda informa sobre o código "QR" que aparece estampado nas capas, que é pra fazer cadastro no site do aplicativo "Caixa de Quadrinhos" para smartphones e tablets, para baixar gibis antigos através dele. E tem um endereço de e-mail para que o público mande para eles a sua história com o Mauricio que pode ser aproveitada para alguma publicação.

Propaganda que circula nos gibis
Fora esses pequenos detalhes que serviram mesmo só para diferenciar da outra coleção, o nível de conteúdo das histórias continua a mesma coisa, com roteiros tudo iguais, muito politicamente correto, traços e letras horrorosos de PC, excesso de caretas, etc. Em comum, notei que foram poucas histórias com personagens secundários, dando mais foco à turminha. A seguir comento um pouco sobre cada revista. Os títulos coloquei na ordem que eu li.

Mônica - "Em busca do gibi Nº 1" - Mônica e Cebolinha vão a ilha mágica com os gibis mais raros do mundo para a Mônica conseguir o exemplar do gibi "Nº 1" da Vaquinha Blau Blau que o Monicão rasgou.

Achei uma história normal, típica do Emerson Abreu, com excesso de caretas e movimentos, privilegiando mais as tiradas dos personagens do que o roteiro em si. A história toda com enquadramento 4 quadrinhos por página, dando impressão que a história é grande. Ela tem 38 páginas, mas se fosse com enquadramento normal, teria bem menos páginas. Até dá para rir com algumas tiradas, como a Mônica dizendo que não tinha nascido em 2004, quando o Cebolinha fala que o Xaveco ganhou um submarino na história"Barraco entre famílias" ('Cebolinha Nº 211' - Globo), mas no geral não vi nada de mais, fora algumas tiradas.

Trecho da HQ "Em busca do gibi Nº 1" : caretas excessivas

Foi o único gibi com capa que tem a ver com "Nº 1", mesmo fazendo referência à história de abertura. Como o tema da história foi sobre gibi "Nº 1" mesmo não sendo gibi da Mônica, ajudou para isso também. Essa história foi a única com créditos nesse gibi.

O gibi teve 7 histórias no total, incluindo a tirinha, sendo que as com secundários só com a Turma do Penadinho , mais especificamente com o Lobisomem. Na última história "O submarino amarelo" teve participação dos Bitous (Beatles) no final. 

Cebolinha - "O "Apanhador de sonhos" - Escrita por Edson Itaborahy, Cascão chacoalha o apanhador de sonhos do Cebolinha que ganhou de um índio e os pesadelos do Cebolinha vão parar no mundo real.

Com 18 páginas no total, até que gostei do roteiro. Gostei da parte do Cebolinha e Cascão se escondendo na lata de lixo, já que atualmente, eles não entram mais na lata de lixo. Talvez até passou despercebido pelo Mauricio. O que estragou foram os traços ruins digitais, muitos olhos redondos esbugalhados. Para ter uma ideia, em uma página o garoto desenhado igual e cenário de casa e árvore iguais, tudo nas mesmas posições, só mudando cores, bem ao estilo "copiar" e "colar". Péssimo.

Trecho da HQ "O apanhador de sonhos"

O gibi teve 11 histórias no total, com tirinha, maioria focadas com a dupla Cebolinha e Cascão. Além de abertura, a história do Anjinho, "Asas, para que te quero", também tem créditos e a gente sabe que também foi escrita por Edson Itaborahy, por exemplo. Histórias com personagens secundários foram com Penadinho, Rolo, Anjinho (apesar do Cebolinha e a turma aparecerem nela) e Chico Bento (com traços de PC horrorosos, por sinal e título também digital com um "Turma do Chico Bento" com o logotipo atual, que estraga ainda mais).

Magali "Será que ela é?" - Escrita por Edson Itaborahy, Cebolinha e Cascão pensam que a Magali é uma bruxa por causa de suas atitudes estranhas.

Essa história teve 19 páginas, mais um caso com roteiro legal, mas com traços feios, cheio de olhos redondos esbugalhados.  Só não gostei de fazer ligação à Turma da Mônica Jovem. Muitos roteiros da turma agora tem uma certa ligação com as histórias da Turma da Mônica Jovem e acho que não devia misturar os universos.

Apesar da capa não fazer referência, mas se trata mais uma vez de história de aniversário da Magali. O tema aniversário não é o foco principal dessa vez, mas está presente nela como segundo plano. Como é obrigação todo mês ter história de aniversário dos personagens nos seus respectivos meses, então todo mês de maio tem que ter uma de abertura de aniversário da Magali nos gibis dela. Dessa vez coincidiu com a sua edição "Nº 1".

Trecho da HQ "Será que ela é?"

O gibi teve 8 histórias no total, sendo as dos secundários com Pipa e Penadinho. Apenas a de abertura teve créditos. Além da de abertura, outras duas histórias envolveram aniversário: "Desejo atendido", de 1 página. e a última, "Um ou outro", sendo que foi aniversário do Dudu, com a Magali tentando não comer os doces que precisava embalar ao ajudar a Dona cecília.

Cascão - "O porcozila" - Escrita por Paulo Back, Chovinista é sequestrado por engano pelos seres do esgoto do Capitão Feio e o porquinho acaba virando um monstro gigante tipo Godzila, quando entra em contato com o lixo radioativo do esgoto.

Não gosto da característica do Chovinista querendo limpar tudo. Antigamente, ele era sujo e adorava sujeira como o seu dono e agora só quer limpar tudo que encontra, mudando completamente o personagem. Atualmente, só o Cascão que ainda é sujo, mas mesmo assim só foge do banho, sem mostrar se sujando nem fazendo apologia á sujeira como era. Nessa história também não gostei do Cascão mexendo com mangueira, coisa que era impossível de ver nas antigas. Com 20 páginas no total, até que os traços dessa vez foram bons, apesar de algumas caretas e olhos esbugalhados que insistem em colocar.

Trecho da HQ "O porcozila"
O gibi teve 9 histórias no total, sendo as dos secundários com Do Contra e Bidu. Nenhuma história dessa edição do Cascão teve créditos, nem a de abertura. Os traços das histórias muito ruins, como de costume, sendo que "O Tubarão" foi a que teve piores desenhos.

Uma pena o logotipo do Cascão na capa vão continuar colocando as sujeirinhas coloridas em vez de ser pretas que nem o contorno. Dessa vez deu para visualizar porque o fundo foi claro, mas quando o logotipo é amarelo, vermelho e azul, por exemplo, fica imperceptível enxergar as sujeirinhas. Não dá para entender por que não colocam as sujeirinhas pretas como eram nos gibis da Editora Abril e Globo. Se pelo menos continuar a conseguir visualizá-las, menos mal.

Chico Bento - "Dia de gincana" - Mostra uma gincana na escola do Chico, dividida em equipes amarela e vermelha.

Com 13 páginas, tem um ar educativo e voltada ao politicamente correto, ensinando reciclagem. Os traços dessa história ficaram terríveis, muito mal desenhadas, com Chico com nariz esquisito, aí junta as letras de PC, piora mais ainda. Aliás, o gibi inteiro com traços péssimos e decadentes, dessa vez foi o gibi com piores traços do mês. Até os do Cascão ficaram com desenhos pouco melhores que o do Chico Bento.

Trecho da HQ "Dia de gincana"
Esse gibi teve 10 histórias, com secundários da Turma da Mata e Piteco. Esta do Piteco, inclusive, a única história grande envolvendo secundários dentre todas as revistas do mês. Senti falta mais uma vez de história do Papa-Capim no gibi do Chico, coisa que era tão comum. Aliás, Papa-Capim não teve história em nenhum gibi desse mês.

Só 2 histórias tiveram créditos, sendo que a de abertura, não. "O assombrado" e a última"O ovo ou a galinha? Eis as questão" foram as que tiveram, com roteiros de André Simas e Gerson Teixeira, respectivamente. Na última, acho que ficaria melhor que fosse adaptada com a Vó Dita contando a história das galinhas espaciais, em vez de ser do próprio Chico.

Tudo indica que o logotipo na capa vai continuar sem a sombra embaixo do nome. Dava um efeito legal e simplesmente tiraram quando foram para a Panini, sem mais nem menos. Uma pena.

Turma da Mônica "Cascão, o novo dono da rua!" - Mônica decide tornar o Cebolinha o novo dono na rua, mas as coisas tomam outro rumo.

Como o Parque da Mônica vai reinaugurar em breve, pensava que essa gibi seria cancelado para ter a volta da revista "Parque da Mônica". Caso voltem a produzir histórias do Parque, creio que a revista terá um sub-título "Uma aventura no Parque", para que, se caso o Parque voltar a fechar, o título se manter até a nova "Nº 100".

Na capa, o personagem ao lado do logotipo foi o Bidu. Ficou estranho, seria melhor o quarteto principal ou o Mauricio. Tenho a impressão que a cada mês o personagem estampado vai ser diferente. Vamos aguardar.

Para constar, as revistas em Inglês e Espanhol, que também voltaram ao "Nº 1", são com o mesmo conteúdo de "Turmada Mônica". O gibi "Neymar Jr" também voltou ao "Nº 1", mas não comprei e nem pretendo porque não dá. É fraco demais até folheando.
A capa de 'Turma da Mônica Nº 1'
Essas edições "Nº 1", então, achei todas normais, não vi nada de mais nelas a ponto de ser considerar algo excelente ou um recomeço em alto estilo. Os mesmos tipos de roteiros fracos, voltados ao politicamente correto, desenhos digitais sem vida, letras horrorosas também de PC, etc. As de abertura se saíram melhor. Foram como uma edição qualquer, como se fossem as "Nº 101" da Panini, só com mudanças no layout de capas e seções de correspondências e de passatempos. Nem as capas não lembram nada que são "Nº 1". Não precisava reiniciar numeração para mudar layout, podiam fazer essas mudanças em qualquer número e seguir as revistas com o "Nº 101" normalmente.

Acho uma bobagem reiniciar numeração só para as crianças não ficarem tristes porque não tiveram uma "Nº 1" comprada em banca na infância e estratégia de aumentar as vendas por causa disso. Preferia que as revistas tivessem números altos como são na Disney até hoje. Seria melhor ver 'Mônica Nº 547', 'Cebolinha Nº 515', 'Chico Bento' e 'Cascão Nº 682' (ambos), 'Magali Nº 504', 'Turma da Mônica Nº 101' e 'Neymar Jr. Nº 25', os verdadeiros números que são essas edições, contando desde que começaram. 


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