Post muito interessante: Decifrando códigos nos gibis

Post por: Arquivos Turma da Mônica

Quem nunca pegou um gibi da MSP e não viu estampado uns códigos nas primeiras páginas de cada história? E também já devem ter visto postagens aqui que usei abreviações, baseados nesses códigos. Nessa postagem eu decifro esses códigos detalhadamente, muito úteis principalmente nos almanaques para descobrir em qual gibi original saiu a história.

Esses códigos consistiam basicamente de ano (em 2 dígitos), nome do título abreviado, número da edição e posição da história que se encontra o gibi. Apareciam em qualquer lugar na 1ª página de cada história, na horizontal ou vertical.

Nas revistas mensais, eles eram úteis para saber qual a numeração do gibi, caso a capa se solta. Imagine você encontrar um gibi sem capa e você se pergunta qual número é aquele gibi, ainda mais que nos gibis da Editora Globo entre 1989 a 2006, eles deixaram de publicar o número no expediente final? Com os códigos fica fácil saber isso. E nos almanaques eles eram muito úteis para saber em qual gibi original foi publicada determinada história republicada.

Códigos nos gibis convencionais:

A primeira vez que apareceu esses códigos foram nos gibis mensais de 1975. Eram bem simples, só informando <título, número e posição da história que se encontra o gibi, separados por barra>. A abreviação da Mônica era "MN" e Cebolinha, "CB", com o número e posição da história separado por barra. No exemplo abaixo, é fácil decifrar na história"Mônica e o coelho voador" onde o código "MN67/5" significa que é de 'Mônica Nº 67', história 5.


A partir de 1976, ficou mais elaborado, sendo iniciado por <"MSP", seguido de ano, código de arquivo de 4 dígitos, título, número da edição, posição da história com 2 dígitos, separados por barra>. Mônica e Cebolinha continuaram a ser abreviados, como "MN" e "CB", respectivamente. Na história "Um carro estranho" abaixo, por exemplo, o código "MSP762171-CB45/02", significa: Mauricio de Sousa Produções, 1976, 'Cebolinha Nº 45', história 2.


Já o número 2171 não tem serventia, acredito que seja um código para armazenar em arquivo para eles encontrarem a história mais fácil. Eu até já cheguei a pensar que era número de histórias produzidas, mas já descartei isso. Então, sempre que ver isso, o certo é ignorar sempre os 4 dígitos após o ano.

Em 1977, mudaram o final da estrutura, com a posição da história  de 1 a 9 só com 1 dígito em vez de colocar um "zero" na frente, seguindo assim até em 1993. De resto, tudo igual como era. Só que ao longo dos anos, foram surgindo novas revistas, e, com isso, abreviatura de Pelezinho ficou "PLZ"; Cascão, "CC"; Chico Bento, "CH"; e Magali, "MG". Abaixo, como ficou o código da história "A viagem" em uma revista do Cascão. Então, nesse código "MSP842023-CC42/2", ignorando o "2023" após o ano, significa que é de 1984, 'Cascão Nº 42', história 2.


Como curiosidade nessa fase, os passatempos eram considerados como história nesses códigos, contando como posição de história. Então, o número final de história do gibi, sempre tem que contar menos uma história.

Outra coisa curiosa é que nos gibis entre janeiro e março de cada ano, eles colocavam o ano anterior. Como os gibis são feitos com antecedência, provavelmente deve ser a data de quando a história e o gibi foram produzidos. Com isso, a gente via que eram feitos com 3 meses de antecedência até chegarem nas bancas. O exemplo abaixo, retrata isso: na história "A missão", 3ª história de de 'Cascão Nº 56', de março de 1989, eles colocaram "MSP880697-CC56/3".


Nos primeiros números da Globo, abreviação de Mônica mudou e virou "MO" e a do Cebolinha virou "CE". A Revista Parque da Mônica, ficou "RP". Essa estrutura seguiu assim até em 1993. Na verdade, seguiram até março de 1994, mostrando o ano como 93, pelo motivo de histórias de janeiro a março de 1994 foram produzidas em 1993. Já nos gibis de 1994 e 1995, inexplicavelmente, eles tiraram os códigos de todos os gibis. Aí, nessa fase fica impossível saber o número do gibi, caso a capa se soltar.

A partir de 1996, os códigos voltaram, seguindo uma nova estrutura, que ficou mais consagrada. Eles tiraram o código de arquivo que vinham depois do ano, seguindo, então, <MSP, ano, título abreviado, número da edição (agora sempre com 3 dígitos) e posição da história (agora com 2 dígitos), sem barra separando>. Ano continuou a ser 2 dígitos até mesmo depois do ano 2000, que aí passou a ser "00" para 2000, "01" para 2001, "02" para 2002, etc. E os passatempos não foram mais considerados como história.

Nos títulos, abreviação oficial de Mônica, voltou a ser "MN" e Cebolinha, "CB", Cascão e Magali continuaram "CC" e "MG", respectivamente. Chico Bento passou a ser agora "CHB"; Parque da Mônica, "PMN"; e Gibizinho da Mônica, "GBZ". No exemplo abaixo, na história"Quando algo não cheira bem...", o código "MSP96MG18603" , significa que é de 1996, 'Magali Nº 186', história 3.


Essa estrutura ficou até em 2003 e aí entre 2004 a 2006 tiraram de novo os códigos de todos os gibis. Na Panini, eles voltaram a colocar a partir dos gibis do mês de abril de 2007, com uma nova estrutura. Agora, eles colocam <MSP, o mês antes do ano (2 dígitos), seguido de ano (2 dígitos) / título abreviado, número da edição (3 dígitos) e posição da história, separados por hifen>.

Outra diferença é que tirinha no final do expediente não é considerada como história. Nas abreviações as mesmas dos códigos a partir de 1996, só a revista Turma da Mônica (antiga Parque, antes de fechar) que ficou "TM". No exemplo abaixo, em "Não faça isso, Maliazinha!", o código MSP0509/CB029-03 significa: Maio de 2009, Cebolinha Nº 29, história 3.

Códigos nos almanaques:

Já nos almanaques que eram a melhor coisa de ter esses códigos. Era muito legal e divertido descobrir em qual edição saiu as histórias. A única coisa chata é que nos almanaques da Editora Abril não colocavam o ano e, com isso, a gente tinha que fazer contas para descobrir isso. Tinha que saber que a revista da Mônica foi lançada em maio de 1970 e a do Cebolinha em janeiro de 1973 e que eram 12 exemplares por ano, para aí sim descobrir o ano.

Em 1979, os códigos nos almanaques seguiam estilo de colocar <o título abreviado e o número da edição original (sem colocar a posição da história original), seguido do título abreviado do almanaque, número da edição e posição da história>. Entre os títulos e os números tinham espaço em vez de ser tudo junto. O título das originais começavam com um "RP", de revista principal, e os almanaques começavam com uma letra "A".

Nessa história "Brincadeira Criativa", por exemplo, com o código "RPCB 14 ACC 02/13" mostra que foi de 'Cebolinha Nº 14', que estava no 'Almanaque do Cascão Nº 2' , história 13. Mas, para saber que foi revista de 1974, só fazendo contas, infelizmente.


A partir de 1982, mudaram um pouco, colocando as revistas originais iniciadas só com um "R" e passaram também colocar a posição da história original, além da posição do almanaque. Assim, no código dessa história "A múmia", que colocaram "RMN87/1-AMN21/5", significando "Revista da Mônica nº 87, história 1 - Almanaque da Mônica Nº 21, história 5". Agora, saber que 'Mônica nº 87' foi de 1977, leva tempo.


Nos almanaques da Globo, os códigos não faziam referência às edições da Editora Abril, colocando apenas informações do almanaque em questão, no estilo das revistas convencionais. É que como eram de editoras diferentes, preferiam não fazer divulgação da Ed. Abril. Infelizmente assim não dava para saber qual revista original. Na história "Bidu TV", por exemplo, colocaram "MSP900452-ACH10/8, significando: 1990, 'Almanaque do Chico Bento Nº 10', história 8.


Curiosidade que abreviação do Almanaque do Cebolinha primeiramente era "ACE", depois mudaram para ACB". Dos outros títulos seguiram a mesma coisa dos gibis convencionais, só com um "A" na frente.

Em 1992, quando começaram a republicar histórias de 1987 da própria Globo, eles colocavam o código exatamente igual como saiu nas originais nessas histórias de 1987, e as que eram da Editora Abril, deixavam com o código do almanaque em questão. Já nos almanaques de 1993 a 1995, eles tiraram os códigos, tanto nas histórias da Globo quanto as da Editora Abril e só dava para saber que era história da Globo por causa das cores, que deixavam o mais próximo das originais, enquanto que as da Ed. Abril eles deixavam com a colorização atual.

Entre 1996 a 2003, os almanaques voltaram a ter códigos, seguindo o estilo dos gibis convencionais da época. Com isso, as histórias da própria Editora Globo permitia a gente saber quando saiu, com a estrutura <MSP, ano, título abreviado, número da edição e posição da história original>.

Lembrando que os passatempos que eram considerados histórias nas originais, não foram mais nas republicações e isso foi corrigido nas posições das histórias republicadas. De abreviações. Almanacão de Férias  era "AFR", Almanacão Turma da Mônica, "ATM", que confundia com Coleção Um Tema Só", que também foi "ATM", de Almanaque Temático. 

Com esse novo estilo, a história "Crochetando" abaixo, por exemplo, com o código "MSP91MN05801", dava para saber que foi original de 1991, Mônica Nº 58, história 1.


Já as histórias da Editora Abril, eles seguiam código do almanaque, seguindo essa mesma estrutura, com a posição da história seguindo sequência, mesmo se fosse intercalada com história da Globo.

Então, no exemplo abaixo, na história "Uma baita surra" da Editora Abril, no código "MSP96AMN05401" colocaram que foi do 'Almanaque da Mônica Nº 54', história 1. Só que essa não foi a que abriu esse almanaque, representando, assim, que essa foi a 1ª história da Ed. Abril nele, como se fosse uma história inédita do almanaque. Dessa forma, ao final do almanaque, a gente sabia quantas histórias da Editora Abril tiveram, e não número de histórias total.


Em meados de 2003, já com todas histórias sendo da Editora Globo, eles passaram a colocar os códigos exatamente iguais aos gibis originais. Desse jeito, tiveram as desvantagens de confundir  o ano de histórias de janeiro a março de cada ano que deixavam com o ano anterior, e também histórias de 1994 e 1995 a gente não sabia em qual edição saiu.

A partir de 2004, infelizmente tiraram de vez os códigos dos almanaques, acabando com a diversão de saber qual revista original. E quando mudaram para a Panini continuaram a não mostrar. Até agora foram raras histórias da Panini que foram republicadas, mesmo assim nem nessas não mostraram. E nem na Coleção Histórica não são colocados. Acho que deviam colocar lá exatamente igual como saíram nas originais para ser o mais fiel possível às edições originais.

Como podem ver era muito bom esses códigos nos almanaques, muito interessante saber de qual gibi eram as histórias republicadas. Uma pena que na Editora Abril não dava para saber o ano, há quanto tempo saiu e nos da Editora Globo não dava pra saber as da Editora Abril. O meu preferido foi a estrutura de 1996 a 2003. Lamentável atualmente não ter nenhuma informação de qual gibi  original saiu. Podiam, em vez de colocar códigos, informar no rodapé algo do tipo "Publicada originalmente em Mônica Nº 58 - Globo, 1991", por exemplo. Quem sabe, algum dia, resolvam voltar com eles, nem que sejam só as histórias da Panini, quando foram republicadas com frequência.

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